sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Americanos e brasileiros: diferenças no pastorado.

Americanos e brasileiros: diferenças no pastorado
Entrevista com Luís Wesley de Souza
Publicado em 29.09.2009

Muitas são as diferenças das lideranças cristãs brasileiras e americanas: o uso da tecnologia, a interação, o preparo das pregações e o encorajamento para o aprendizado ao longo da vida. Além destes fatores, de forma mais marcante, a importância das emoções para os brasileiros e dos objetivos para os americanos. Conhecer o que estas características influenciam na condução das ovelhas é o objetivo desta entrevista, que aproxima as possibilidades de aprender uns com os outros levando em conta as potencialidades de cada cultura.

Pr. Luís Wesley de Souza, co-fundador do Instituto Jetro, conhece bem as diferenças culturais nas Américas do Norte e do Sul, tendo sido pastor metodista no Brasil e atualmente, professor catedrático de Missão e Evangelismo na Emory University, Candler School of Theology, Atlanta, (EUA). Além destas vivências, seus estudos de pós-graduação foram feitos nos EUA. Ele é Pós-doutor em Teologia Prática e Práxis Religiosa pela Emory University, Doutor em Estudos Inter-Culturais pela E. Stanley Jones School of World Mission & Evangelism, Asbury Theological Seminary, Wilmore, (EUA) e Mestre em Missiologia pela mesma instituição.

Quais as diferenças quanto à liderança pastoral nas igrejas do Brasil e dos EUA?


Luís Wesley – A meu ver, são muitas as diferenças, mas vou apontar apenas quatro. A primeira diz respeito à questão tecnológica e de informação. A esmagadora maioria dos pastores americanos se vê razoavelmente cercada e provida de recursos tecnológicos, incluindo mídia externa e interna, aparelhagem eletrônica, instrumentação áudio-visual, boa biblioteca pessoal, amplo acesso às bibliotecas especializadas, assinatura de jornais e revistas, possuem computadores pessoais, acesso à Internet, promovem comunicação rápida com a comunidade via e-mail, periódicos e mala direta. Pastores brasileiros, entretanto, em sua grande maioria, ainda trabalham com recursos tecnológicos muito limitados, possuem pouco ou nenhum acesso à mídia, usam recursos caseiros e rudimentares, lêem pouco os periódicos, têm dificuldade de acesso à Internet e comunicam-se pouco com a comunidade local, a cidade ou o bairro.

A segunda diferença é relacional. Pastores americanos se sentem confiantes no exercício de liderança ministerial, mas a maioria enfrenta dificuldades quando o assunto é interagir com outros. Segundo pesquisa do Barna Group, 61% dos pastores americanos admitem terem pouquíssimos amigos chegados, por exemplo. Perceba o contraste: embora cercados de informação, recursos tecnológicos e humanos, secretária, assistentes, equipes, etc., pastores americanos se sentem sub-apreciados e nutrem receios no que tange às dinâmicas de convivência e de expectativa relacionadas ao fato de serem líderes espirituais, e acabam por se desconectarem das pessoas enquanto “gente”. Pastores brasileiros, por razões sócio-culturais, possuem uma habilidade maior para estabelecer conexões pessoais duradouras, compartilham seu dia-a-dia com as pessoas, se vulnerabilizam e dialogam mais, sentem mais o coração dos outros e, na maioria das vezes, se deixam perceber nos seus sentimentos.

A terceira, que considero mais flagrante, diz respeito ao púlpito. Pastores americanos se preparam exaustivamente para a pregação de domingo, despendendo em média 20 horas por semana neste exercício preparatório. A maioria das pregações é o que se poderia chamar de “obra prima” da homilética e do conteúdo teológico, mas é voltada para a audiência apenas e intelectualmente exaustiva. As temáticas são geralmente atreladas ao calendário litúrgico cristão. O pastor brasileiro, contudo, fala diversas vezes por semana, de cinco a oito vezes em média, não elabora suas pregações com teores intelectuais ou acadêmicos, e não objetiva apenas a audiência e/ou congregação imediata. Tende a falar para a Igreja como um todo e se define mais dependente da oração e da direção do Espírito Santo, embora isto nem sempre seja uma realidade prática e observável. Gasta pouco tempo em oração pessoal, escreve pouco, lê pouca literatura de suporte e faz uma leitura bíblica geralmente intuitiva e voltada para o que "deve" dizer aos outros muito mais do que a si mesmo.

A quarta diz respeito aos recursos extra-ordenação. Pastores americanos possuem amplo acesso e encorajamento à educação continuada e programas de “life-long learning” (aprendizado para a vida). Suas igrejas e denominações lhes provêem recursos para participação em congressos, fóruns, grupos de mentoria, viagens, treinamentos e interação ministerial extra-confessional e extra-igreja local. Pastores brasileiros, por outro lado, sentem a necessidade de todas e cada uma destas coisas, mas recebem ou guardam poucos recursos para torná-las possíveis. Em razão disso, acomodam-se quanto a continuar aprendendo, deixam de ser ensináveis em suas dimensões de fé, experiência, missão e vida, e, conseqüentemente, aceitam o engano de acharem que, por medida de economia de tempo e dinheiro, lhes é suficiente serem autodidatas. Isto ainda é menos grave do que a preguiça intelectual que os levam a buscar e abraçar "pacotes" teológicos, eclesiológicos, metodológicos e estratégicos prontos para o consumo sem reflexão e sem senso crítico de aplicabilidade teológica e contextual.

Levando em conta estas diferenças, o que podemos ensinar aos pastores dos EUA e o que devemos aprender com eles?

Luís Wesley – Penso que pastores brasileiros podem ensinar aos americanos que recurso tecnológico é útil e bom, mas nem sempre é fundamental para a boa comunicação interpessoal e nem pode ser encarado como meio sine qua non. Podem ensinar que a espiritualidade deve ser amplamente nutrida através da interação e da boa convivência com as pessoas "de carne e osso", sejam amigos distantes, irmãos de caminhada ou gente estranha à convivência diária. Podem ainda ensinar que a pregação de domingo é importante, sim, mas não é a única coisa do decorrer da semana, e nem parte da escrivaninha para o púlpito como trajetória única, mas do concreto da vida para o entendimento e compartilhar da Palavra no contexto do povo, da Igreja e da nação.

Os pastores americanos podem ensinar aos brasileiros a encararem com mais responsabilidade o estudo e a preparação semanal com vistas à pregação. Púlpitos são igualmente vazios de kerigma e kairós quando encarados de forma irresponsável e despreparada, ou, como diria um bom camponês do norte - pioneiro paranaense, "a Miguelão". O despreparo semanal tem conduzido muitos pastores brasileiros a “mastigarem borracha” nos púlpitos, com pregações caracterizadas pela apelação e a exacerbação emocional e por sacadas repentinas, pouco ou nada refletidas, inconseqüentes e pouco bíblicas, que mais parecem borrifos de água turva e rala que nunca rega a alma, a mente e o coração de forma profunda e duradoura. Os americanos podem ensinar os brasileiros que a formação pastoral não cessa quando se completa um curso num instituto bíblico, seminário ou faculdade teológica. É necessário continuar ensinável e intencional na busca por novos entendimentos, perspectivas e introspecções.

Diferentes características culturais, tais como o fato de os brasileiros serem mais emocionais e os americanos mais objetivos, influenciam de que forma na condução das igrejas?

Luís Wesley – Dando mais espaço para as emoções, o líder cristão brasileiro tende a ser marcantemente intuitivo. Isto pode ser muito bom, mas também pode vir a ser devastador para a liderança ministerial de uma comunidade. Ser intuitivo pode marcar, extraordinariamente, uma liderança ministerial sensível, contemplativa, aberta e acessível. Penso que é no campo da intuição que nos tornamos mais abertos para a ação soberana e criativa do Espírito Santo. Há, contudo, um grande perigo quando colocamos demasiada confiança na auto-criatividade e no auto-discernimento advindos da intuição sem objetividade e sem relacionamentos que ofereçam questionamentos desafiadores ao indivíduo e a comunidade. Se o pastor se torna apenas intuitivo no exercício do ministério, negligenciará o fato de que o Espírito não se prende à intuição humana, nem a um só indivíduo. Ao confiar demais, além da conta, na sua intuição, o pastor desenvolverá um ministério místico, desconectado com a realidade, não consciente de suas metas e propósitos, e negligente do povo como comunidade do carisma, dos dons e da diversidade de talentos.

O inverso também é verdadeiro. O excesso de objetividade, que acontece com mais intensidade no ministério dos pastores americanos (embora isto também caracterize alguns pastores brasileiros!) tem o poder de gerar certa inflexibilidade, de bloquear a dinâmica de infusão de vida, além de causar uma espécie de eclipse no entendimento ou discernimento sobre a direção em que o “Vento” está soprando. Enquanto missiólogo, consultor e instrutor nas Américas do Norte e do Sul, vejo que é possível construir uma objetividade que também se deixa governar pela intuição comunitária. Gestão de planos, projetos, iniciativas e metas, por exemplo, que outrora eram tabus, servem para capacitar e acompanhar líderes em várias frentes de abordagem, e hoje estão sendo encarados como úteis, relevantes, redimíveis e aplicáveis ao ministério cristão que se entende e se percebe cheio e guiado do Espírito Santo.

Quais as diferenças na condução das ovelhas das igrejas americanas e brasileiras?

Luís Wesley – Lembro-me de quando eu e minha família éramos membros de uma enorme igreja metodista em Lexington, EUA. Num domingo pela manhã, minha esposa e eu estávamos participando da nossa classe de escola dominical, e o pastor titular, para a surpresa do professor e de nós alunos, veio visitar nossa turma. Acompanhado pela esposa, ele permaneceu não mais do que três minutos na sala, trouxe uma saudação, e saiu rumo à outra classe. Do momento da saída dele até o final da classe, a turma abandonou a lição que vínhamos estudando e passou a falar apenas da visita do pastor naquela manhã.

Dentre as coisas positivas e negativas que aprendi do ocorrido, destaco uma negativa, ou seja, o fato de que aquela experiência denunciou a distância que geralmente há entre o pastor e as ovelhas. Enquanto família e indivíduos, por exemplo, nunca recebemos uma só visita pastoral ou telefonema pastoral, e todas as tentativas de buscar o cuidado do pastor dependiam sempre de agendamento muito prévio, isto é, com antecedência de longo prazo. As sessões de aconselhamentos, quando agendadas, eram curtas e objetivas, e geralmente feitas pelos pastores auxiliares e/ou voluntários em seções geralmente formais e em termos profissionais.

Com algumas exceções, o cuidado pastoral dos brasileiros é feito mais no corpo-a-corpo, em bases relacionais, afetivas e aproximadoras. Isto é, o cuidado com as ovelhas é mais individual e familiar, sem deixar de ser coletivo. Neste jeito brasileiro de prover cuidado pastoral, a presença é encarada como algo fundamental. Olhar nos olhos, sentir o coração, dar lugar ao abraço, ao toque e ao afago lícito são coisas indispensáveis para a cultura brasileira.

John Maxwell em seu livro Parceiros de Oração (Editora Betânia), alerta para o fato de que nos Estados Unidos 30% dos pastores seriam tentados a “abandonar as suas responsabilidades” naquele ano. De forma geral, quais os pastores são mais sobrecarregados, os americanos ou brasileiros?

Luís Wesley – A questão da intuição e da objetividade ajuda a responder esta pergunta. Os pastores americanos fazem pouco com muita objetividade, e se frustram, enquanto os pastores brasileiros realizam muito com pouca objetividade, e se desgastam. O que mais estressa os pastores não é o volume de trabalho, mas o excesso de cansaço advindo da falta de entendimento do que significa ser e fazer igreja e ministério. Em conseqüência disso, tiros são dados para todos os lados e para lado nenhum, o que cansa, aborrece, enfada e rouba o entusiasmo do coração.

Este cansaço gera muita frustração e insatisfação, e daí surgem os sentimentos que levam pastores a desejarem desistir não somente do que de fato importa em ministério - a glória de Deus -, mas também de suas famílias e de si mesmos. Muitos acabam por abandonar por completo o que outrora era feito por paixão, chamado e vocação, mas que agora é feito por "honra da firma" e para a sobrevivência pessoal. Esta realidade se aplica tanto para pastores brasileiros como para americanos.

Reprodução Autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o site www.institutojetro.com e comunicada sua utilização através do e-mail artigos@institutojetro.com.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Desligue o piloto automático!

Desligue o piloto automático, por favor!
Sueli Nascimento
Publicado em 15.12.2009


Manter o celular ou a televisão ligados enquanto almoça, ouvir o desabafo de alguém e navegar na internet ao mesmo tempo, indicam que você ligou o piloto automático. Isto não é gerenciar o tempo, não é aproveitar o dia ao máximo. O resultado dessa atenção sem foco é que você não se concentra nem em uma coisa nem em outra; tem uma percepção fragmentada das coisas a sua volta e essa percepção distorcida pode prejudicar suas idéias e julgamentos sobre os fatos.

Se você não está aproveitando a vida do modo como gostaria, não consegue dividir suas 24 horas entre o trabalho, relacionamento e um tempo só para você e, acima de tudo, se não acredita que realizará seus sonhos nessa existência, você, realmente, está em dificuldades. Parar de sonhar o transforma em um robô. Robô não sabe amar e quem pagará o preço de você desistir de si mesmo são seus relacionamentos.

O piloto automático embrutece

Muitos encaram as dificuldades como entraves à felicidade e incorporam isto tão profundamente que perdem a noção de sua potência para vencer obstáculos. Elas ligam o piloto automático e só se darão conta dele quando se depararem com os resultados: sentimento de incompletude, vazio existencial, falta de sentido da vida, depressão e falta de motivação para levar projetos adiante.

Existe uma lógica para que as pessoas liguem o piloto automático e se desliguem cada vez mais do funcionamento corporal e mental. Ele impede a pessoa de perceber o absurdo da vida e o ajuda a suportar o “tédio nosso de cada dia”. No piloto automático não sentimos grandes sofrimentos, mas também quase nenhuma felicidade. Fazemos desaparecer a dor e, junto com ela, o amor.

Por causa deste embotamento, a pessoa desconhece quem realmente é e se torna insensível também às necessidades alheias. Desenvolve uma falsa idéia do que seja autonomia afetiva e demonstrar sentimentos se torna constrangedor. Fica incapaz de ver as coisas sob outro prisma e desenvolve intolerância a quem pensa de maneira diferente. Amor e convivência são confundidos com o controle aos outros.

Tornar-se presente

Há muitas formas de controle, uma das mais comuns é fazer qualquer coisa de olho nos resultados. Enquanto você interage, as atenções são colocadas para muito além da relação em si, isto é, nos resultados esperados daquela interação, por exemplo, as pessoas não descansam, recuperam energia. Não brincam com seus filhos, os preparam para o futuro. Para alguns casais não existe troca. Tudo deve ter um propósito, nada é simplesmente o que é.

No mundo do trabalho todos têm um preço e sempre há uma segunda intenção à espreita. Um sempre tenta tirar algo do outro e o preço para a harmonia na relação será pago pela liberdade, respeito e amor próprio de um deles ou dos dois. Isto é muito comum, talvez você já tenha se sentido usado por alguém para alcançar seus objetivos – profissionais, econômicos ou ministeriais.

Normalmente, quando a pessoa se dá uma trégua e desliga o piloto automático, aterrissa em si mesma, percebe que está sendo usada e se livra de relacionamentos abusivos. A fórmula para desligar o piloto automático e superar a resignação é tornar-se presente, voltando a atenção ao que se está fazendo no momento em que se faz. Valorizando os relacionamentos, seus limites e potencialidades.

Reprodução autorizada desde que mantida a integridade dos textos, mencionado o autor e a fonte como: www.institutojetro.com e comunicada sua utilização através do e-mail artigos@institutojetro.com

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Buscando a integridade do coração

Buscando a integridade do coração
Ronaldo Lidório
Publicado em 01.12.2009


Devemos compreender que a busca pela integridade sempre denuncia o pecado em nós. Richard Baxter, teólogo, homem piedoso e autor de mais de 130 livros, afirma, em seu livro O pastor aprovado, que “é mais fácil julgar o pecado que dominá-lo” e desafia-nos: “somos exortados a olhar por nós mesmos para não suceder que convivamos com os mesmos pecados contra os quais pregamos”.

Certamente, isto é algo que deve nos fazer refletir com temor perante o Senhor, a cada palavra proferida no púlpito de nossas igrejas. Em Gn 17:1 lemos que Deus disse a Abraão: “Eu sou o Deus todo poderoso; anda na minha presença e sê perfeito”. Andar na presença de Deus leva-nos ao caminho da perfeição ao mesmo tempo em que andar em Sua presença aponta de forma clara as nossas imperfeições.

Não tem como sermos santos e íntegros se o pecado em nossas vidas não for denunciado. O pecado é, sociologicamente, compreendido de forma simbólica na organização social humana. Ao falarmos de pecado vêm à nossa mente o que rotulamos de pior ou inaceitável, como: o adultério, o roubo e o assassinato. Outras sociedades também possuem suas compreensões simbólicas do pecado. Entre os Konkombas de Gana o maior pecado é mentir. Entre os indígenas da Amazônia talvez seja ser pão duro, ou sovina, como preferem.

De toda forma, precisamos observar que o pecado, mesmo não embutido de um simbolismo socialmente degradante, igualmente nos afasta de Deus. Facilmente censuramos a embriaguês, mas temos dificuldade em confrontar a gula. Apontamos com clareza a falta de domínio próprio nos relacionamentos, mas convivemos pacificamente com a inveja. Iramos-nos contra o roubo, mas, somos tolerantes com o engano.

A Bíblia nos leva a ter verdadeira visão do pecado e entender o que é a verdadeira religião. Tiago nos diz que: “Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte... Se alguém cuida ser religioso e não refreia a sua língua, mas engana o seu coração, a sua religião é vã... Religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo”.

É surpreendente a exposição de Tiago a respeito do pecado que nasce na concupiscência e gera a morte. Ao comparar o verdadeiro cristianismo com a falsa religiosidade, a partir daquilo que é santo ou pecaminoso, ele simplifica a mensagem tornando-a aplicável à vida diária. Exemplifica dizendo que é pura religiosidade não refrear a sua língua ao passo que é verdadeiro cristianismo visitar os órfãos e as viúvas.

O claro ensino é que precisamos lidar com o pecado de forma prática e objetiva. C. S. Lewis nos fala sobre o engano que sempre rodeia o pecado quando afirma que “quando um homem se torna melhor, compreende cada vez mais claramente o mal que ainda existe em si. Quando um homem se torna pior, percebe cada vez menos a sua própria maldade”.

Há mensagens claras na Palavra do Senhor quanto ao pecado. Uma delas é que o pecado é combatido pelo poder de Deus. Que a carnalidade, tendência natural humana ao pecado, é controlada pelo Espírito. Que, por termos escolhas naturalmente más, sermos cheios do Espírito é a forma bíblica e certa de fazermos morrer a carne. Que a vida devocional, buscar ao Senhor e escolher a melhor parte, que não nos será tirada, é a principal iniciativa para aqueles que desejam estar com Ele.

Na busca da integridade de coração, cedo ou tarde perceberemos isto: que andar na presença de Deus leva-nos ao caminho da perfeição ao mesmo tempo em que lança luz sobre as nossas imperfeições.

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