Buscando a integridade do coração
Ronaldo Lidório
Publicado em 01.12.2009
Devemos compreender que a busca pela integridade sempre denuncia o pecado em nós. Richard Baxter, teólogo, homem piedoso e autor de mais de 130 livros, afirma, em seu livro O pastor aprovado, que “é mais fácil julgar o pecado que dominá-lo” e desafia-nos: “somos exortados a olhar por nós mesmos para não suceder que convivamos com os mesmos pecados contra os quais pregamos”.
Certamente, isto é algo que deve nos fazer refletir com temor perante o Senhor, a cada palavra proferida no púlpito de nossas igrejas. Em Gn 17:1 lemos que Deus disse a Abraão: “Eu sou o Deus todo poderoso; anda na minha presença e sê perfeito”. Andar na presença de Deus leva-nos ao caminho da perfeição ao mesmo tempo em que andar em Sua presença aponta de forma clara as nossas imperfeições.
Não tem como sermos santos e íntegros se o pecado em nossas vidas não for denunciado. O pecado é, sociologicamente, compreendido de forma simbólica na organização social humana. Ao falarmos de pecado vêm à nossa mente o que rotulamos de pior ou inaceitável, como: o adultério, o roubo e o assassinato. Outras sociedades também possuem suas compreensões simbólicas do pecado. Entre os Konkombas de Gana o maior pecado é mentir. Entre os indígenas da Amazônia talvez seja ser pão duro, ou sovina, como preferem.
De toda forma, precisamos observar que o pecado, mesmo não embutido de um simbolismo socialmente degradante, igualmente nos afasta de Deus. Facilmente censuramos a embriaguês, mas temos dificuldade em confrontar a gula. Apontamos com clareza a falta de domínio próprio nos relacionamentos, mas convivemos pacificamente com a inveja. Iramos-nos contra o roubo, mas, somos tolerantes com o engano.
A Bíblia nos leva a ter verdadeira visão do pecado e entender o que é a verdadeira religião. Tiago nos diz que: “Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte... Se alguém cuida ser religioso e não refreia a sua língua, mas engana o seu coração, a sua religião é vã... Religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo”.
É surpreendente a exposição de Tiago a respeito do pecado que nasce na concupiscência e gera a morte. Ao comparar o verdadeiro cristianismo com a falsa religiosidade, a partir daquilo que é santo ou pecaminoso, ele simplifica a mensagem tornando-a aplicável à vida diária. Exemplifica dizendo que é pura religiosidade não refrear a sua língua ao passo que é verdadeiro cristianismo visitar os órfãos e as viúvas.
O claro ensino é que precisamos lidar com o pecado de forma prática e objetiva. C. S. Lewis nos fala sobre o engano que sempre rodeia o pecado quando afirma que “quando um homem se torna melhor, compreende cada vez mais claramente o mal que ainda existe em si. Quando um homem se torna pior, percebe cada vez menos a sua própria maldade”.
Há mensagens claras na Palavra do Senhor quanto ao pecado. Uma delas é que o pecado é combatido pelo poder de Deus. Que a carnalidade, tendência natural humana ao pecado, é controlada pelo Espírito. Que, por termos escolhas naturalmente más, sermos cheios do Espírito é a forma bíblica e certa de fazermos morrer a carne. Que a vida devocional, buscar ao Senhor e escolher a melhor parte, que não nos será tirada, é a principal iniciativa para aqueles que desejam estar com Ele.
Na busca da integridade de coração, cedo ou tarde perceberemos isto: que andar na presença de Deus leva-nos ao caminho da perfeição ao mesmo tempo em que lança luz sobre as nossas imperfeições.
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