Um blog (contração do termo "Web log") é um site cuja estrutura permite a atualização rápida a partir de acréscimos dos chamados artigos, ou "posts". Estes são, em geral, organizados de forma cronológica inversa, tendo como foco a temática proposta do blog, podendo ser escritos por um número variável de pessoas, de acordo com a política do blog.
A abreviação "blog", por sua vez, foi criada por Peter Merholz, que, de brincadeira, desmembrou a palavra weblog para formar a frase we blog ("nós blogamos") na barra lateral de seu blog Peterme.com, em abril ou maio de 1999. Pouco depois, Evan Williams do Pyra Labs usou "blog" tanto como substantivo quanto verbo ("to blog" ou "blogar", significando "editar ou postar em um weblog"), aplicando a palavra "blogger" em conjunção com o serviço Blogger, da Pyra Labs, o que levou à popularização dos termos.
Os blogs começaram como um diário online e, hoje, são ferramentas indispensáveis como fonte de informação e entretenimento. O que era visto com certa desconfiança pelos meios de comunicação virou até referência para sugestões de reportagem.
Entrevistamos William Ribeiro de Oliveira, publicitário com habilitação em Criação pela Universidade Mackenzie e responsável por novos produtos e projetos da publicidade do Portal Terra, sobre a utilização dos blogs nas igrejas e suas vantagens e desvantagens.
A blogosfera, termo que representa o mundo dos blogs, ou os blogs como uma comunidade ou rede social, cresceu em ritmo espantoso. Em 1999 o número de blogs era estimado em menos de 50; no final de 2000, a estimativa era de poucos milhares. Menos de três anos depois, os números saltaram para algo em torno de 2,5 a 4 milhões. Atualmente existem cerca de 112 milhões de blogs e cerca de 120 mil são criados diariamente, de acordo com o estudo State of Blogosphere. Quais os pontos positivos e negativos de um blog?
William: Todo canal de comunicação por si só já e um ponto positivo, ainda mais o blog, que é uma ferramenta democrática onde permite que várias pessoas expressem suas opiniões de uma maneira simples e objetiva, muitos dizem que o ponto negativo dessa ferramenta é seu controle, mas como controlar opiniões, na verdade o grande ponto negativo talvez esteja mais na questão de que há tantos blogs, que ser visto hoje, talvez seja o maior desafio, encontrar a informação que procura. O ponto positivo que é de criar novas informações a todo momento é o que gera o ponto negativo, o excesso e dificuldade de seleção.Mas a maior relevância do blog ou comunidades para as igrejas é poder estar o tempo todo conectado aos seus membros, mesmo fora das dependências da igreja, todos tem necessidade de viver em sociedade, é uma necessidade básica do ser humano, mesmo que essa comunidade seja virtual.
É preciso ter um profissional de comunicação para criar um blog? Quais os passos para criar um blog pessoal ou da organização? Qual o custo?
William: Inicialmente não, um blog pode ser feito por qualquer um que tenha um conteúdo para usar, a diferença está no objetivo. Uma corporação que utiliza um espaço como um canal de comunicação provavelmente vai ter que ter um profissional, pois ele vai representar a opinião da organização. Então tudo depende da sua utilização, assim como ocorre uso simples de um telefone, objetivo é que faz a diferença. O custo também entra no tema objetivo do blog, ele pode não ter nenhum custo, como pode ter custos fixos como salário para um redator (blogueiro) ou redatores.
Um recurso característico dos blogs é a possibilidade de interação do visitante, respondendo ou opinando em relação aos artigos postados. Você acredita que o grande sucesso dos blogs está ligado a esta possibilidade de interagir?
William: Bom, talvez a resposta nem seja o motivo do grande sucesso dos blogs, mas da Internet. A febre da Internet em boa parte se dá ao fato de termos as informações obtidas rapidamente, e o mais interessante dos últimos tempos é que você pode discutir sobre o tema abordado, o que cada vez mais se assemelha ao mundo real, onde você recebe uma informação, possui mais perguntas relativas aquele assunto ou mesmo uma opinião. Algo que é cotidiano. Olhe o exemplo de uma TV ligada em uma simples padaria, todos assistem a notícia, e normalmente comentam o fato, muitas vezes, com opiniões diferentes, o mesmo ocorre no blog. Independente da informação, ou seja, quer seja ela relevante ou não, temos a necessidade de nos expressar, seja para falar do peso da informação, como para criticar a futilidade de uma notícia.
Você acredita que as igrejas e organizações são bem sucedidas em utilizá-los? Se não, como usá-los de maneira mais eficaz?
William: Vejo que a igreja tem uma dificuldade em usar não só os blog ou a "social media", mas em explorar toda a Internet ou mesmo dificuldade em usar ferramentas de comunicação, serviços simples como: e-mail. Várias igrejas pensam que muitos de seus membros não acessam Internet, por isso seria perda de tempo focar sua atenção nisso, mas esquecem que a Internet é um canal de comunicação não só com seus membros, mas com outras comunidades, com o mundo em si. Esquecem que o fator marcante de internet é ela permitir a integração rápida e eficaz, em tempo real independente de sua localização, veja um fato recente no mundo: a eleição do Irã, onde várias pessoas conseguiram comunicar ao mundo o que acontecia, mesmo com controle do governo dos outros meios. Uma maneira eficaz de explorar esse meio e usá-lo, ter esse espaço como um canal de comunicação com seus membros, isso já e um grande passo para as igrejas, onde muitos pastores e líderes conhecem apenas suas salas na igreja como local adequado para conversar com seus membros.
Levando em conta que os jovens e adolescentes são uns dos principais usuários das redes sociais como: o Twitter, Orkut, Facebook e os Blogs, você acredita que esta é uma boa estratégia para uma maior aceitação ou adesão deste público nas igrejas que usam estas ferramentas?
William: Na verdade esse é apenas um meio, se você não possui um conjunto completo de ações e respostas para seu público, de nada adianta ter um canal, até porque o canal só tem valor se existe um alvo e conteúdo. Usar esses canais sem material prático de nada adianta, a Internet não é a grande descoberta para evangelizar todo o mundo, mas é um ótimo mecanismo para complementar esse serviço, a Internet não faz nada sozinha, precisamos de conteúdo, responder as necessidades desse público, e aí sim, esse é um ótimo mecanismo até para tratar de assuntos delicados que os jovens não falariam no meio dos outros em um igreja.
Quais os conselhos que você daria para os pastores e líderes quanto ao uso dos blogs?
William: O blog é um ótimo mecanismo de comunicação, com custos muito inferiores ao antigos jornais de igreja impresso, ele pode ser muito atual, e acima de tudo, um grande canal de informação, canal onde comunica e recebe informação, esse é o grande motivo de sucesso desse canal, mas entenda, essa facilidade também será seu problema, pois a mesma facilidade de elogiar ou de perguntar, é a mesma para criticar, e é na hora da critica que você define o sucesso ou fracasso desse canal de comunicação, aceitar apenas elogios pode determinar sua derrota nesse meio.
Seus comentários finais:
William: A grande preocupação da igreja nos dias atuais é como se comunicar de maneira eficaz e rápida com a população que precisa ser evangelizada. Muitas igrejas tem dinheiro e usam TV e Rádios, mas isso é uma minoria. Possuímos uma ferramenta barata, quando não é de graça, a Internet. Não precisamos tentar descobrir por que a Internet faz sucesso, mas sim por que as pessoas a utilizam tanto, e a resposta é simples: As pessoas adoram a Internet pois elas escolhem o que querem, e permanecem no que atende suas necessidades. E existem duas necessidades básicas do ser humano, o de "ser" e "saber", os blogs permitem isso, descobrimos e somos descobertos. Podemos ensinar sobre Jesus e mostrar que somos dele, discutir isso, responder o "Ser" e o "Saber", esse é o segredo do sucesso.
URL: http://www.institutojetro.com/lendoentrevista.asp?t=0&a=1938
Site: www.institutojetro.com
Título do artigo: "WE BLOG?" (Nós Blogamos?)
Autor: William Ribeiro de Oliveira